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Cuidados que podem mudar destinos
O projeto Fortalecendo Laços leva mais proteção e esperança para as crianças e adolescentes em situação de risco em Campo Alegre (AL).
Foto: Divulgação / Projeto Fortalecendo Laços
23/12/2019
Quando Girlene Maria dos Santos começou a trabalhar em uma cooperativa, viu a filha Glória, de 8 anos, mudar de comportamento. A menina vivia irritada, brigava na escola, desobedecia aos professores e preferia ficar na rua, diz a mãe. “Ficamos distantes, senti que ela perdeu a confiança em mim”. Antes de conseguir trabalho, Girlene criava os dois filhos apenas com o subsídio do Bolsa Família e o apoio dos pais.
Alertada pela professora, a escola procurou ajuda especializada para acolher a menina no contraturno escolar e avaliar como ela poderia ser apoiada. Pouco tempo atrás, havia pouca chance de Glória ter esse suporte em Campo Alegre (AL). “A cidade não tinha um serviço especializado para suprir a grande demanda por atendimento e proteção de crianças e adolescentes”, explica a assistente social e coordenadora do projeto, Tâmara Alves.
Alertada pela professora, a escola procurou ajuda especializada para acolher a menina no contraturno escolar e avaliar como ela poderia ser apoiada. Pouco tempo atrás, havia pouca chance de Glória ter esse suporte em Campo Alegre (AL). “A cidade não tinha um serviço especializado para suprir a grande demanda por atendimento e proteção de crianças e adolescentes”, explica a assistente social e coordenadora do projeto, Tâmara Alves.
A filha de Girlene foi recebida no Centro de Atendimento Psicossocial, implantado em fevereiro de 2019 pelo projeto Fortalecendo Laços com recursos incentivados do programa Amigo de Valor. A iniciativa é executada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direito à Cidadania do município e em apenas sete meses já atende cerca de 120 crianças e adolescentes.
Agora temos uma equipe completa, com coordenadora, três psicólogas, uma assistente social, um auxiliar administrativo e um de serviços”, descreve Tâmara. Os recursos destinados pelo Amigo de Valor pagam, além da remuneração da equipe, o aluguel do espaço, alimentação, palestras, transporte e material didático e lúdico.
Crianças e adolescentes frequentam todos os dias a sede do projeto. Os beneficiários de áreas rurais mais distantes recebem a visita dos profissionais em casa. Além do atendimento individual, há atividades em grupo para que eles socializem e desenvolvam vínculos, como oficinas de música, teatro, pintura e atividades lúdicas. As psicólogas e assistentes sociais conduzem rodas de conversa com os adolescentes e também com os familiares.
Agora temos uma equipe completa, com coordenadora, três psicólogas, uma assistente social, um auxiliar administrativo e um de serviços”, descreve Tâmara. Os recursos destinados pelo Amigo de Valor pagam, além da remuneração da equipe, o aluguel do espaço, alimentação, palestras, transporte e material didático e lúdico.
Crianças e adolescentes frequentam todos os dias a sede do projeto. Os beneficiários de áreas rurais mais distantes recebem a visita dos profissionais em casa. Além do atendimento individual, há atividades em grupo para que eles socializem e desenvolvam vínculos, como oficinas de música, teatro, pintura e atividades lúdicas. As psicólogas e assistentes sociais conduzem rodas de conversa com os adolescentes e também com os familiares.
Preparando a rede de proteção
Na estratégia desenhada para que o Centro de Atendimento Psicossocial se tornasse uma referência na cidade, a equipe técnica fez um trabalho prévio com os órgãos da rede de proteção à infância e as escolas municipais e estaduais. “Precisamos que eles conheçam os serviços ofertados e nos ajudem na identificação e encaminhamento dos casos e no apoio à execução das ações”, explica a coordenadora do projeto. A divulgação foi completada com capacitações para os profissionais que fazem o atendimento direto a esse público.
Para difundir o projeto entre as famílias, os membros da equipe vão aos povoados distantes do município para falar com cada uma. “Em cada vila temos um local de reunião”, diz a coordenadora. Nas escolas do município, além de capacitar os professores como parceiros, os profissionais conversam diretamente com os alunos para romper o preconceito existente contra a psicoterapia. “Nas palestras, explicamos como funcionam os serviços do Centro de Atendimento e o que podem esperar da terapia”. Foi a parceria forte estabelecida com as escolas que trouxe à tona casos de automutilação entre adolescentes, hoje acompanhados pelo projeto.
Para difundir o projeto entre as famílias, os membros da equipe vão aos povoados distantes do município para falar com cada uma. “Em cada vila temos um local de reunião”, diz a coordenadora. Nas escolas do município, além de capacitar os professores como parceiros, os profissionais conversam diretamente com os alunos para romper o preconceito existente contra a psicoterapia. “Nas palestras, explicamos como funcionam os serviços do Centro de Atendimento e o que podem esperar da terapia”. Foi a parceria forte estabelecida com as escolas que trouxe à tona casos de automutilação entre adolescentes, hoje acompanhados pelo projeto.
O que faz a diferença
Entre os indicadores escolhidos para avaliar o grau de resposta ao atendimento estão a evolução psicossocial e a melhora nas notas escolares. Os primeiros resultados observados indicam uma melhora no relacionamento com os familiares e na autoestima das crianças e adolescentes.
Destaque
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Tâmara Alves
Assistente social e coordenadora do projeto Fortalecendo Laços
No caso de Glória, a mãe sentiu a diferença que o projeto fez na vida da filha. “A nossa convivência melhorou bastante”, conta Girlene. “Na escola ficou mais calma, se entendeu com os colegas, vai bem nas matérias.”
Para quem vê de fora, a intervenção de terceiros pode parecer uma situação extrema. Mas em sua convivência estreita com adolescentes, a pedagoga e coordenadora de uma escola estadual de ensino médio Patrícia da Conceição Silva lembra que não adianta só orientar a família. “Diante dessas situações complexas, os pais não sabem como agir e, muitas vezes, o pedido de ajuda profissional vem deles próprios. O projeto representa uma luz para eles”, diz.
Para os beneficiários, “só o fato de saberem que tem alguém olhando para eles significa um alívio. O projeto é uma porta sempre aberta com pessoas dispostas a ajudar”, completa.
Para quem vê de fora, a intervenção de terceiros pode parecer uma situação extrema. Mas em sua convivência estreita com adolescentes, a pedagoga e coordenadora de uma escola estadual de ensino médio Patrícia da Conceição Silva lembra que não adianta só orientar a família. “Diante dessas situações complexas, os pais não sabem como agir e, muitas vezes, o pedido de ajuda profissional vem deles próprios. O projeto representa uma luz para eles”, diz.
Para os beneficiários, “só o fato de saberem que tem alguém olhando para eles significa um alívio. O projeto é uma porta sempre aberta com pessoas dispostas a ajudar”, completa.