O final do ano se aproxima e, com ele, a expectativa pelo 13º salário — um alívio bem-vindo e um recurso importante para organizar as finanças, realizar sonhos e preparar as festas. É um dinheiro extra que faz toda a diferença no orçamento.
Mas para quem teve um aumento, recebe comissões ou faz horas extras, a dúvida é sempre a mesma: como esse cálculo é feito? O valor será baseado no primeiro salário, no último ou em uma média de tudo que você ganhou? A falta de clareza pode atrapalhar seu planejamento.
Se essa é a sua situação, você está no lugar certo. Vamos te mostrar como calcular o décimo terceiro com salários diferentes para te ajudar a planejar seu final de ano com total segurança.
Entendendo a base de cálculo do 13º
Antes de entrarmos nos casos específicos, vamos relembrar a regra básica. Para o trabalhador que atuou durante todo o ano na mesma empresa com um salário fixo, o 13º corresponde a um salário bruto integral.
O pagamento é dividido em duas parcelas: a primeira, paga até 30 de novembro, corresponde a 50% do valor bruto, sem descontos. A segunda, paga até 20 de dezembro, corresponde aos outros 50% com os descontos do Imposto de Renda (IR) e INSS.
A base do cálculo é sempre a mesma: salario bruto X 12 / meses trabalhados
Um detalhe importante é que a lei considera como "mês trabalhado" o período igual ou superior a 15 dias de trabalho dentro do mês. Com essa base em mente, vamos às situações variáveis.
Calculando o 13º com salários diferentes
Quando a remuneração mensal não é a mesma durante todo o ano, o cálculo do 13º salário exige atenção. Veja como proceder nos casos mais comuns de variação, como o recebimento de comissões ou um aumento salarial.
Salário variável
Se sua remuneração inclui partes variáveis, como comissões, horas extras, adicional noturno, de periculosidade ou de insalubridade, ou bônus, o cálculo do 13º não se baseia apenas no seu salário fixo. A lei determina que uma média de todos esses valores recebidos ao longo do ano deve ser somada à sua remuneração.
O cálculo é feito em duas etapas, uma para cada parcela.
Calculando a primeira parcela:
1. Some as verbas variáveis: junte todos os valores variáveis que você recebeu de janeiro a outubro;
2. Calcule a média: divida o total encontrado por 10. O resultado é a média mensal de suas verbas variáveis;
3. Some ao salário fixo: adicione essa média ao seu salário fixo atual. Este valor total será a base para o cálculo da primeira parcela, que corresponde a 50% desse montante.
Calculando a segunda parcela:
1. Atualize a média de verbas variáveis: some os valores variáveis recebidos de janeiro a novembro e, desta vez, divida por 11;
2. Cálculo final: o valor definitivo do seu 13º será apurado na folha de pagamento de dezembro, considerando a média dos 12 meses do ano. A segunda parcela será o valor total do 13º, menos o que você já recebeu na primeira parcela, com a incidência dos descontos de INSS e IR.
Exemplo prático:
Marina tem um salário fixo de R$ 3.000. De janeiro a outubro, ela recebeu um total de R$ 8.000 em comissões.
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Média para a 1ª parcela: R$ 8.000 / 10 = R$ 800.
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Base de cálculo: R$ 3.000 (fixo) + R$ 800 (média de comissões) = R$ 3.800.
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Valor da 1ª parcela: 50% de R$ 3.800 = R$ 1.900.
Aumento de salário
Se você trabalhou o ano inteiro na mesma empresa e recebeu um aumento salarial, o cálculo do 13º é feito com base no seu último salário bruto, o de dezembro, já com o valor reajustado.
A lógica é simples: a gratificação natalina, como o 13º é chamado na lei, deve refletir a remuneração atual do trabalhador. Portanto, mesmo que você tenha passado a maior parte do ano com um salário menor, é o maior valor que conta para o cálculo integral.
Exemplo prático:
João ganhava R$ 4.000 até agosto e foi promovido, passando a receber R$ 5.000 em setembro. Seu cálculo de 13º salário integral será baseado nos R$ 5.000, pois este é seu salário de dezembro.
O que entra e o que não entra no cálculo do seu 13º?
Quando você recebe um salário variável, é fundamental saber exatamente quais verbas compõem a base de cálculo para não ter surpresas. A regra é que apenas valores de natureza salarial são considerados.
Verbas que entram no cálculo
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Salário base;
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Comissões e gratificações;
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Horas extras;
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Adicional de insalubridade, periculosidade e noturno;
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Descanso Semanal Remunerado (DSR), especialmente sobre as verbas variáveis.
Verbas que NÃO entram no cálculo
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Vale-transporte e auxílio-combustível;
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Vale-refeição e vale-alimentação;
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Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
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Ajudas de custo e abonos de natureza indenizatória.
Troquei de emprego. Como fica meu 13º?
Se você trocou de empresa durante o ano, receberá o 13º proporcional da empresa anterior no momento da sua rescisão e o 13º proporcional da empresa atual no final do ano, seguindo o cálculo acima.
Exemplo Prático:
Ana foi contratada em 1º de julho de 2025 com um salário de R$ 3.600. Ela trabalhou 6 meses no ano (julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro).
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Cálculo: (R$ 3.600 / 12) * 6
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Valor do 13º proporcional bruto: R$ 1.800.
Planeje-se com confiança
Entender como seu 13º salário é calculado é o primeiro passo para planejar suas despesas de final de ano. Agora você sabe que:
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Salários variáveis, como comissões e horas extras, entram no cálculo através de uma média anual.
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Um aumento salarial durante o ano significa que seu 13º será calculado com base no seu último e maior salário.
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Se você é novo na empresa, receberá o valor proporcional aos meses trabalhados.
Com essas informações em mãos, você pode usar esse recurso extra com mais inteligência. Agora que sabe como calcular seu 13º, que tal planejar o que fazer com ele? Quitar dívidas, começar uma reserva de emergência ou investir nos seus sonhos são ótimas opções.
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