Você sabia que, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o agronegócio representa quase um quarto de toda a riqueza gerada no Brasil? Para manter essa potência em movimento e garantir que sua produção cresça safra após safra, o acesso a recursos financeiros como o crédito rural pode ser fundamental.
No entanto, muitos produtores, especialmente os pequenos e médios, ainda enxergam o processo para obter esse financiamento como algo complexo e burocrático. Por isso, vamos desmitificar esse assunto de uma vez por todas!
Neste artigo, você vai entender o que é crédito rural, como ele funciona na prática, quais são as principais linhas de crédito e, o mais importante, como você pode ter acesso a esse recurso descomplicada. Vamos lá?
O que é crédito rural?
De forma simples, o crédito rural é um empréstimo para produtores rurais, cooperativas e associações de produtores. A grande diferença para outros tipos de crédito é que ele possui condições especiais, como taxas de juros reduzidas e prazos de pagamento mais longos.
Essa modalidade é regulamentada pelo Manual de Crédito Rural do Banco Central, visando atingir os seguintes objetivos:
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Estimular investimentos: permitir a compra de máquinas, a expansão de áreas e a melhoria da infraestrutura da sua propriedade;
·Favorecer o custeio: garantir que você tenha os recursos necessários para cobrir os custos de cada ciclo produtivo, da semente à colheita;
·Incentivar a modernização: promover a adoção de novas tecnologias que aumentam a eficiência e a sustentabilidade no campo;
·Fortalecer o setor: gerar mais empregos e renda, consolidando a posição do agronegócio brasileiro no cenário mundial.
Quem pode solicitar o crédito rural?
Pequenos produtores, cooperativas e até mesmo empresas que atuam na agroindústria podem solicitar o crédito rural. Ele foi pensado para ser democrático, atendendo desde o agricultor familiar até as grandes empresas do agronegócio.
Por que as taxas de crédito rural costumam ser mais baixas?
Porque o crédito rural é um recurso estratégico para o desenvolvimento do Brasil. Parte dos seus fundos é direcionada pelo governo através de programas específicos, como o Plano Safra.
Isso permite que as instituições financeiras ofereçam condições mais atrativas, com taxas de juros controladas e prazos de pagamento alinhados ao ciclo produtivo de cada cultura ou criação.
Como o crédito rural funciona na prática?
O processo de liberação de crédito rural pode variar de acordo com a instituição, mas geralmente segue alguns passos básicos — e começa por você! Conhecendo todas as etapas, você encara essa jornada de forma mais ágil e com maiores chances de sucesso:
1. Definição de objetivos e orçamento
Antes de procurar uma instituição financeira, você precisa ter clareza sobre o que precisa financiar. É para o custeio agrícola da próxima safra? Para a compra de um trator? Ou para a reforma de um curral? Defina o objetivo e faça um levantamento detalhado dos custos envolvidos para saber exatamente quanto precisa solicitar.
2. Elaboração do projeto técnico
Este é o documento formal que apresenta seu plano ao banco. Ele detalha tecnicamente onde os recursos serão aplicados, inclui orçamentos de fornecedores e, crucialmente, demonstra a viabilidade do seu plano, com projeções de retorno.
Para a elaboração, é comum e recomendado contar com o apoio de um profissional, como um engenheiro agrônomo, zootecnista ou técnico agrícola.
3. Apresentação do projeto
Com o projeto técnico finalizado, o próximo passo é apresentá-lo à instituição financeira de sua escolha. Nesta fase, você também precisará entregar a documentação necessária, que geralmente inclui seus documentos pessoais (ou da empresa), a matrícula atualizada do imóvel rural, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e outras certidões que podem ser exigidas.
4. Análise técnica e de crédito
Após receber sua proposta, a instituição financeira realiza uma análise dupla. A análise técnica avalia se o seu projeto é viável do ponto de vista produtivo e financeiro. Já a análise de crédito verifica seu histórico como pagador e sua capacidade financeira para honrar o compromisso do financiamento, garantindo a segurança da operação para ambos os lados.
5. Aprovação, contratação e liberação do recurso
Se ambas as análises forem positivas, seu crédito é aprovado. Você será chamado para assinar o contrato, que formaliza todas as condições, como taxas, prazos e garantias. Em seguida, o valor é liberado em sua conta.
Vale notar que, em projetos de investimento, a liberação pode ocorrer em parcelas, de acordo com o cronograma de execução.
Principais linhas de crédito rural
Assim como cada cultura tem seu tempo e cada atividade tem sua necessidade, o crédito rural também se divide em diferentes modalidades. Conhecer as principais linhas de crédito ajuda você a escolher exatamente a que se encaixa no seu objetivo.
Crédito de custeio
Essa é a modalidade que financia o dia a dia da produção, cobrindo as despesas do ciclo produtivo até a colheita.
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Custeio agrícola: ideal para a compra de insumos como sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas e outros itens necessários para a sua lavoura.
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Custeio pecuário: voltado para as despesas da criação, como a compra de ração, medicamentos, vacinas e o manejo geral do rebanho.
Crédito de investimento
Aqui, o foco é no longo prazo. Este crédito é para tudo aquilo que vai agregar valor, aumentar a produtividade e modernizar sua propriedade de forma duradoura. Alguns exemplos são:
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Compra de máquinas, tratores e implementos;
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Construção ou reforma de galpões, cercas e armazéns;
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Implementação de sistemas de irrigação;
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Aquisição de animais para cria e recria;
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Projetos de correção de solo e recuperação de pastagens.
Crédito de comercialização
Essa linha garante que você tenha capital para estocar sua produção e vendê-la no melhor momento, aproveitando os melhores preços do mercado, sem a pressão de ter que liquidar a safra imediatamente após a colheita para pagar as contas.
Crédito de industrialização
Para quem deseja ir além da produção e agregar valor à matéria-prima. É o crédito ideal, por exemplo, para o produtor de uva que sonha em montar uma vinícola ou para o pecuarista que quer construir uma pequena fábrica de laticínios.
Crédito rural para pequenos produtores
O pequeno produtor é a espinha dorsal da agricultura familiar e essencial para a segurança alimentar do país. Por isso, existem programas específicos, como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Esses programas oferecem linhas de crédito rural pensadas especialmente para a realidade e a capacidade de investimento desse público.
Como solicitar crédito rural?
Agora que você já sabe o que é e como funciona o crédito rural, vamos a um passo a passo prático para você se organizar e estar com a papelada em dia na hora de solicitar esse recurso.
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Organize seus documentos: mantenha os seus documentos pessoais, o Imposto de Renda, a matrícula atualizada do imóvel e, principalmente, o ITR (Imposto Territorial Rural) e o CAR (Cadastro Ambiental Rural) sempre em dia.
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Defina seu objetivo: tenha clareza sobre onde o recurso será aplicado. Um objetivo bem definido leva a um projeto bem estruturado.
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Elabore um projeto técnico sólido: não veja o projeto como mera burocracia. Ele é o plano de negócios do seu investimento. Conte com um profissional qualificado para elaborá-lo.
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Esteja em dia: verifique se não há pendências em seu nome ou no CNPJ, sejam elas fiscais, ambientais ou em outros financiamentos.
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Procure um especialista: converse com o gerente ou um especialista em crédito rural do seu banco. Eles vão entender seu ciclo produtivo, analisar seu projeto e encontrar a solução mais adequada e com as melhores condições para o seu negócio.
O parceiro certo para o seu crescimento
O campo não para, e o seu crescimento também não pode parar. O crédito rural não é apenas um empréstimo, pode ser um aliado estratégico para garantir a saúde financeira e a evolução contínua da sua produção.
Mais do que um fornecedor de crédito, o Santander se posiciona como um parceiro comprometido com o sucesso do produtor rural brasileiro, oferecendo não apenas recursos, mas também a expertise de quem entende profundamente o agronegócio.