Seu objetivo é viver de dividendos? Saiba que é possível, mas não é um plano de curto prazo. Pelo contrário, exige paciência, disciplina e um planejamento claro, pois é um projeto que se constrói ao longo de anos.
Não deixe a falta de estratégia transformar esse sonho em frustração. Este guia transforma a ideia de viver de dividendos em um passo a passo prático. Aqui, você vai aprender desde o básico até as estratégias para aplicar hoje, construindo seu futuro com foco no longo prazo.
Continue a leitura e conheça o caminho para construir uma carteira para gerar renda passiva com ações e descubra se essa jornada é mesmo para você.
O que são dividendos e proventos?
Para começar, entenda o que são dividendos. Eles são uma parte do lucro líquido de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. Quando você compra uma ação na bolsa de valores, você se torna um acionista daquela companhia e, assim, tem o direito de receber uma parte dos lucros que ela gera.
Isso é o que é dividendo de ações, e além dos dividendos, as empresas podem pagar proventos como os Juros sobre Capital Próprio (JCP), que também são uma forma de remunerar o acionista.
Como funciona o pagamento de dividendos?
Por lei, as empresas listadas na bolsa devem distribuir parte de seus lucros, caso existam. Contudo, não há um valor mínimo fixo, já que cada empresa define sua política de distribuição em seu estatuto. Por isso, é válido verificar sempre essa política antes de investir em dividendos.
Sendo assim, como funciona o pagamento de dividendos pode variar, pois algumas ações pagam dividendos trimestralmente, outras semestralmente ou só anualmente. Entenda essa frequência para planejar seu fluxo de renda.
Como receber dividendos?
Saber como receber dividendos é simples. Você precisa ser dono da ação até a “data com” (data de corte) para ter direito. Se você comprar a ação na “data ex” (o dia seguinte), você não receberá aquele pagamento específico.
O dinheiro é depositado automaticamente na sua conta da corretora ou do banco onde suas ações estão custodiadas, como aqui no Santander. O valor entra na sua conta, líquido de impostos no caso dos JCP. Porém, é importante ter em mente que o cenário tributário pode mudar. Em 2025, a Câmara aprovou uma proposta para taxar dividendos (que hoje são isentos para pessoa física) a partir de 2026, o processo segue em análise.
O ideal, para os investidores, é estar atento às mudanças em regras tributárias e sempre revisar as estratégias de investimentos, e para quem vive de dividendos, planejamento e diversificação são a chave.
Dividendos vs. Juros sobre Capital Próprio (JCP)
Embora ambos sejam proventos e representem renda para você, existem diferenças práticas entre Dividendos e JCP que impactam seu recebimento. A principal é a tributação.
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Característica |
Dividendos |
Juros sobre Capital Próprio (JCP) |
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O que é? |
Distribuição direta do lucro líquido. |
Remuneração paga pelo capital investido. |
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Tributação (empresa) |
A empresa já pagou Imposto de Renda sobre o lucro. |
A empresa abate o JCP do Imposto de Renda (é uma despesa). |
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Tributação (investidor) |
Atualmente isento (Pessoa Física). Proposta em análise para taxar em 10% valores acima de R$ 50 mil/mês por empresa, a partir de 2026. |
15% de Imposto de Renda retido diretamente na fonte. |
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Recebimento |
Você recebe o valor bruto anunciado. |
Você recebe o valor líquido, já com o desconto do IR. |
É possível viver de dividendos?
Alcançar o ponto de viver de dividendos significa que a renda passiva gerada por seus investimentos cobre todos os seus custos de vida. Isso exige um volume de patrimônio investido considerável, por isso, saiba que o resultado não virá de um único investimento de sorte, mas sim da sua constância em seguir o planejamento.
Foque no reinvestimento dos valores recebidos e tenha paciência para deixar o tempo agir. É um plano que se baseia em acumulação e no poder dos juros compostos.
Quanto eu preciso ter investido para viver de dividendos?
Essa é a pergunta central para quem planeja como viver de dividendos. A resposta depende de duas questões: qual o seu custo de vida mensal desejado e qual o Dividend Yield (DY) médio da sua carteira.
O DY é um indicador que mostra o retorno em dividendos de uma ação. Para calcular, basta dividir o valor pago em dividendos por ano pelo preço atual da ação. Exemplo prático: imagine que você deseja uma renda de R$ 6.000 por mês (R$ 72.000 por ano). Se sua carteira de ações tem um DY médio de 6% ao ano, você precisaria ter R$ 1.200.000 investidos.
Lembre-se que este cálculo usa o retorno bruto (DY). Sempre considere o impacto de impostos e eventuais mudanças na tributação de dividendos, para calcular sua renda líquida.
Passo a passo: como começar a investir
Agora que os conceitos estão claros, o próximo passo é entender como começar a investir, possibilitando um caminho trilhado com estratégia e acompanhamento contínuo. Veja as dicas:
1. Escolha empresas com bons fundamentos
O primeiro passo é que para o pagamento ocorrer, a empresa precisa ter lucro líquido. Não invista em uma empresa que promete altos dividendos se ela não é bem administrada ou lucrativa.
Observe o Payout, que é a porcentagem do lucro que a empresa distribui aos sócios. Uma porcentagem alta parece ótima, mas pode significar que a empresa não está reinvestindo no próprio crescimento, arriscando os lucros futuros.
Analise também o endividamento, é comum que empresas usem dívidas como ferramenta para acelerar o crescimento, como financiar um novo projeto ou fábrica. O ponto-chave é se essa dívida está sob controle. Ela só é um bom sinal quando está em proporção adequada ao patrimônio e a empresa gera caixa suficiente para pagá-la. Busque empresas sólidas e com histórico de lucros.
Leia também: Não caia no golpe do falso investimento: aprenda a se proteger
2. Diversifique sua carteira para reduzir riscos
Sempre diversifique seus investimentos para diminuir os riscos. Quando o assunto é viver de dividendos, essa regra é ainda mais importante, nunca coloque todo o seu dinheiro em uma única empresa ou setor.
Ao diversificar, você não fica dependente do desempenho de um só lugar. Distribua suas ações em setores que historicamente são bons pagadores, como o financeiro, de energia elétrica, saneamento e seguros.
3. Reinvista os dividendos
Este é o passo mais impactante para quem deseja viver de dividendos no futuro. Pode ser tentador usar o dinheiro assim que aparece na conta, mas o reinvestimento acelera exponencialmente seu patrimônio.
Ao usar os dividendos recebidos para comprar mais ações, no próximo pagamento você receberá um valor maior, pois agora possui mais ações. Isso é o “efeito bola de neve” dos juros compostos, os juros sobre juros fazem com que os bens cresçam com o tempo.
Como receber dividendos mensais?
Muitos investidores buscam dividendos mensais para simular um salário. No Brasil, a maioria das empresas paga trimestralmente ou semestralmente. Você pode criar um fluxo de dividendos mensais com a diversificação. Monte uma carteira com ações e Fundos Imobiliários (FIIs) que pagam em meses diferentes. Por exemplo:
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Ação A: paga em janeiro, abril, julho, outubro.
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Ação B: paga em fevereiro, maio, agosto, novembro.
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FII C: paga em março, junho, setembro, dezembro (ou até mensalmente).
Com esse equilíbrio, você garante que terá renda entrando na sua conta com mais frequência.
Comece sua jornada para viver de dividendos com o Santander
Como vimos, viver de dividendos é um processo que exige planejamento, e o universo dos investimentos possui muitas variáveis. A organização financeira é sua maior aliada nesse momento. O caminho para viver de dividendos é construído com a consistência dos aportes mensais e a paciência para reinvestir tudo o que for recebido, deixando os juros compostos trabalharem.
Para investir em dividendos com segurança, conte com um parceiro estratégico. Aqui no Santander, oferecemos investimentos adequados para todos os perfis. Você pode analisar o mercado, escolher suas ações e fundos e gerenciar toda sua carteira de forma prática e segura diretamente pelos canais digitais Santander.
Importante: os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Qualquer informação contemplada neste material deve ser confirmada quanto às suas condições, antes da conclusão de qualquer negócio. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. O Banco Santander (Brasil) S. A. (“Banco Santander”) não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo.